Há um ditado popular
que diz: “a esperança é a última que morre”! Este ditado é difundido por muitas
pessoas. Eles admitem que a esperança seja difícil de desaparecer, contudo
aceitam que ela morra. Talvez, eles, declarem isso por não terem onde firmar a
sua confiança.
ENTENDENDO O TEXTO JEREMIAS 18.1-6
Este texto esta centrado
na Aliança de Deus com Israel. Deus mostra a sua aliança em estabelecê-la, sua
fidelidade em cumpri-la, sua justiça e misericórdia para com aqueles que a
violam. Muitas vezes pregamos
neste texto e nos esquecemos de olhar para o capítulo 17 e o restante do
capítulo 18. No começo do capítulo 17 o pecado de Judá é descrito, o profeta
Jeremias nos diz que ele (o pecado) esta penetrado no coração do povo, depois
de dito isto temos aquele famoso verso “maldito
o homem que confia em outro homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta seu
coração do Senhor”, mas o Senhor continua a falar e diz: “Bendito o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor”. E depois de
escutar estas palavras, por si só maravilhosas, o profeta ora ao Senhor: “Ó
Senhor Esperança de Israel”! (Jeremias 17: 13). Então o profeta faz
esta oração no momento histórico que pode ser chamado de “a sombra da tragédia”. A esperança de quem não Deus desaparece e a de muitos se acaba, mas a nossa é o Senhor!
Diante de tudo isso eu quero deixar como verdade eterna para o seu coração:
A ESPERANÇA QUE NÃO MORRE, É A ESPERANÇA DO
CRISTÃO!
Então, por que a esperança do crente não morre? A nossa esperança
não morre porque ela repousa, em primeiro lugar:
NO AGIR DE DEUS
É SOBERANO
Jeremias começa o seu
sétimo discurso com a certeza de que ele tinha onde repousar a sua confiança. O
Senhor diz “não poderei fazer de vós” (v. 6), aqui o Senhor faz uso de uma
negativa para promover uma afirmativa. Na realidade o que o Senhor diz é “Eu posso fazer de vós”, não há nada que
seja impossível para o Senhor. Ele diz a Isaías “antes que houvesse dia Eu Sou; e
nenhum há que possa livra alguém das minhas mãos; agindo eu quem impedirá?”
(Isaías 43: 13).
O texto nos diz que o
Senhor pode fazer. O agir e o realizar pertencem ao nosso Deus. O
nosso Deus é o Todo-Poderoso, todas as forças do universo estão em suas mãos. O
Senhor mostra a Jeremias que mesmo diante do pecado do povo Ele age de maneira
soberana. Como disse Paulo aos filipenses “porque Deus é quem efetua em vós tanto o
querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Filipenses 2: 13).
Independente da vontade do homem o Senhor realizará os seus planos. Pois diante
da soberania divina as livres ações das suas criaturas cooperam para o
cumprimento dos seus decretos.
É SOBRE NÓS
O texto diz que é sobre
“vós”,
ele se refere ao povo de Judá que estava vivendo um momento de declínio
espiritual. O amor do nosso Deus se mostra mesmo diante do pecado do seu povo,
como disse o próprio Jeremias “ora, tu te prostituístes como muitos amantes;
mas, ainda assim, torna para mim, diz o Senhor” (Jeremias 3: 1b). É
verdade que o texto se refere a Israel, mas hoje nós somos o Israel espiritual
de Deus, onde quem governa não é um rei que leva o povo para a idolatria, porém
é o Rei dos reis e Senhor dos senhores, a saber, Jesus Cristo.
NA PALAVRA DO SENHOR
É ELA QUE NOS CONDUZ NA
CAMINHADA
O Senhor
falava com os profetas de três manieras: visões ou sonhos, a voz audível e ao coração. O Senhor
falava de três maneiras que os com os profetas a primeira através de sinhôs e
visões. Um dos maiores exemplos é o profeta Ezequiel, sem contar com José e
Paulo. A segunda maneira era a voz audível. Temos com exemplo o profeta Samuel,
que mesmo jovem já escutava a maravilhosa voz do Deus Todo-Poderoso. E por
último Deus falava ao coração. A voz do Senhor ressoava de maneira poderosa no
coração do profeta que ele era capaz de fazer a distinção entre a sua própria
consciência e o falar do Espírito Santo. Não podemos afirmar ao certo como o
Senhor falou com Jeremias, mas temos a certeza de que ele pode fazer a
distinção do falar de Deus e o do seu coração pecaminoso, pois temos a
convicção de que quando o nosso Deus fala não traz confusão ao seu servo.
Vale a pena, portanto, recordar neste instante algumas das
verdades básicas indicativas da direção divina. Deus
tem um plano. A crença na realidade da direção divina se baseia em dois fatos
fundamentais: primeiro, a realidade do plano
de Deus para nós; segundo, a capacidade de Deus de se comunicar conosco (J. I. Packer. O
conhecimento de Deus). O Senhor nos guia no caminho (Salmo 32:8). Como receber orientação? Cristãos sinceros à procura de orientação muitas vezes se
enganam a esse respeito. Por que isso acontece? Geralmente é porque seu conceito
da direção divina esteja errado. Procuram por uma ilusão enganosa; querem a orientação
pronta, à mão, e se entregam a toda sorte de fantasias. O erro básico é pensar
que a direção é basicamente uma
inspiração íntima do Espírito Santo sem a participação da Palavra escrita. Esta ideia, que é tão velha quanto os falsos profetas do Antigo Testamento. É um
canteiro no qual podem crescer todas as formas de fanatismos e insensatez (J. I. Packer. O conhecimento de Deus).
Quando nós
estamos na jornada e não conseguimos fazer a distinção das vozes e não sabemos
que direção tomar, quando o Senhor falar poderemos fazer
a distinção entre a nossa própria consciência e a voz do Senhor. Mesmo que
venham vozes do norte, sul, leste e oeste, sudeste ou noroeste, porém quando o
Senhor falar poderemos fazer a distinção porque a voz do Senhor é poderosa, é uma
voz como de muitas águas. Caio Fábio, no
seu artigo “os decretos da Cruz de Cristo” disse: “a Palavra do Senhor é
livre como o vento e poderosa como o mar”. Meus irmãos a palavra do Senhor é
quem vai nos orientar em toda a nossa jornada da vida cristã. Quando a palavra
que é Toda-Poderosa, porque vem do Deus que é Todo-Poderoso, nos orientará o
caminho a ser seguido!
ELA NOS MOSTRA QUE É
DEUS QUE AGE EM NÓS
Somos exortados
a perseverar na verdade que recebemos, apegando-nos a ela como um abrigo seguro
na tempestade e a ficar firmes em seu fundamento (John Stott. Ouça o Espírito, ouça o mundo). O Senhor mostra a
Jeremias que é Ele que fará (v. 6) e não seremos nós.
Jeremias poderia então descansa, não da sua obra de pregoeiro, mas de tentar
persuadir o povo de Judá com as suas palavras e crer que o Senhor tinha um
plano de levar o povo para o cativeiro. Apesar das promessas de livramento objetivo
final do Senhor era realmente colocar a nação no cativeiro, porque depois do
cativeiro o povo seria livre do pecado da idolatria. Queridos muitas vezes não
entendemos o porquê de muitas coisas estarem acontecendo na nossa vida.
Necessitamos de discernimento para compreender a ação de Deus nas nossas vidas,
pois a Palavra declara
“todas as coisas cooperam para o bem daqueles
que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porquanto
os que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem
de seu Filho, a fim de Ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que
predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também
justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou. Que diremos, pois,
à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?”
(Romanos 8: 28 – 31).
EM SABER QUE ESTAMOS NAS MÃOS DO SENHOR
Não podemos
atribuir nada ao homem, mas ao Senhor que é o único que realmente pode fazer
alguma coisa. Se não crermos desta maneira, então concordaremos com John Stott
chamando isso de “religião vazia” com “forma”, mas sem “poder”. Não devemos nos colocar
nas mãos dos homens, mas nas mãos do Senhor, pois “Maldito aquele que confia em
outro homem”, contudo “Bendito aquele que confia no Senhor e cuja Esperança é o
Senhor”! Jeremias foi
chamado no ventre da mãe, antes mesmo que o mundo existisse, ou seja, na
eternidade, o Senhor havia concebido Jeremias. Apesar de ter sido esbofeteado
na cara, ter sido lançado no calabouço e ter as suas profecias queimadas no
fogo, ele sabia que a Esperança dele estava no Senhor e não no braço de carne.
“Quero
trazer a memória o que me pode dar esperança. As missericórdias do Senhor são a
causa de não sermos consumidos, porque as suas missericórdias não têm fim;
renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade. A minha porção é o Senhor diz
aminha alma; portanto, esperarei nele” (Lamentações 3: 21 – 24).
A. W. Tozer “Sou teu servo para fazer a tua vontade, e essa vontade
é mais doce para mim do que posição, riqueza ou fama, e eu a prefiro acima de
todas as coisas na terra ou no céu. Embora escolhido por ti e honrado por um
chamamento sublime e santo, não permita que eu jamais esqueça que não passo de
pó e cinzas, um homem com todas as falhas e paixões naturais que perseguem a
raça humana” (Deus fala com o homem que mostra interece). É como se Torzer
estivesse retratando toda a vida de Jeremias. Quero contar o pequeno testemunho
para ilustrar como estamos nas mãos do Senhor e muitas vezes não sabemos.
CONCLUSÃO
A
maioria das pessoas que pregam neste texto falam que nós devemos descer a casa
do oleiro, que devemos ser quebrados como vasos e refeitos, mas o erro esta em
atribuir isto a nós mesmos. Não somos nós que nos concertamos pelo contrário é
o Senhor que nos quebra e nos transforma. Somos apenas vasos de barro, mas o
oleiro é o Senhor! A palavra do Senhor diz que:
“Temos, porém, este tesouro em
vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não nossa”
(2 coríntios 4: 7).
E o objetivo do relato não é mostrar como o vaso é refeito,
mas como o Senhor refaz o vaso. Por isso eu quero relembrando que a nossa
Esperança esta no Agir soberano do Senhor, na Palavra poderosa do nosso Deus e
em saber que é o Senhor quem vai fazer a obra e não nós mesmos.
Não
podemos tomar o exemplo dos homens para nós, mas devemos tomar o exemplo do que
Deus faz nos homens. A nossa atenção não deve estar voltada para a vida de
homens falhos, mas nas obras do Senhor que é a nossa Esperança que jamais
morre. “Dizem que numa história bem contada ‘a história toda é o significado’,
de modo que todos os elementos trabalham juntos para alcançar o efeito final. A
história toda da bíblia é que Deus esta redimindo as pessoas para si. O efeito
é revelar as trevas do nosso coração e a miséria da nossa condição, e
conduzir-nos para a cura oferecida por Deus” (Dorian, Daniel. A verdade na
prática, pág. 104).
Diante
de tudo isso eu gostaria de concluir dizendo que a imagem que Jeremias nos
dá do Senhor é que ele é o Oleiro que age em nós, e o nosso dever
é confiar no Senhor e não no homem, tendo o caráter de um verdadeiro
adorador que exclama para todos: “Ó Senhor Esperança de Israel!” (Jeremias 17:
13), de acordo com o objetivo de ir à caminhada preparada
por Deus e como o discernimento que é o Senhor que AGE em nós, nos dá a PALAVRA
da vitória e que Ele não nos deixará escapar das suas MÃOS!
